past tense verses.

versos no passado. não necessariamente verbalizados neste tempo verbal, todavia seguem uma sequência. sequência de efeitos das situações mais tristes que um amor não-correspondido pode oferecer. versos no passado. passado de sequência triste, de efeitos tristes, de vida triste.

penso às vezes que estou perdendo o chão.
não flutuando, mas sim caindo num abismo.
onde não há saída para nenhuma expressão fisiológica ou psicológica do meu corpo.
estou paralisada. estou inerte...
sei que preciso me mover, ao menos tentar.
mas pra quê? se o mundo lá em cima sufoca mais do que  as frestas e brexas deste abismo em que me encontro?

espera. paciência. calma.
palavras que, sinceramente, odeio.
é preciso, mas é demais pra mim.
preciso de uma resposta. da resposta.

imagino vc e eu, nos observando.
a culpa transcendendo entre olhares censurados
o riso frenético esbanjando sensualidade
a sua sedução. o rubor do meu rosto.
e os pensamentos mútuos entregando nossa então finada discrição.
tudo isso, apenas num flerte.

em nenhuma canção m'encontro.
apenas em meus versos miúdos, enigmáticos.

não tenho mais palavras para descrever o sentimento
contudo, em ações, atitudes.
na necessidade da esperança que ainda me resta.

tolice.
vivo à sombra de uma amor despedaçado
afinal, o que é o amor?
não é aquilo que vimos nos filmes, novelas ou até estórias de contos de fada.
é uma ilusão.
uma consequência, uma circunstância.
é idiotice, tolice.

será que terei esperança um dia?
2009.